Verdade, desafio e consequência
Eu estava na casa de meus amigos.
Estava na festa do pijama deles, uma festa legal e cheia de brincadeiras.
Estranho era que os pais deles tinham os deixado sozinhos, pois agente estava
quebrando a casa.
Nós resolvemos brincar de verdade
ou desafio. Morro de medo desta brincadeira, acho que os desafios são REALMENTE
desafiadores.
Pegamos uma garrafa e giramos em
nosso meio, todos estavam sentados em circulo. A Garrafa estava quase parando,
estava ansioso para não parar em mim, mas por algum motivo aquela desgraçada
apontou na minha direção, automaticamente um dos meus amigos gritou:
- Verdade ou desafio?
Não tinha escolha, se falasse que
queria verdade eles iriam revelar uma coisa TOTALMENTE constrangedora de minha
vida, então disse que queria desafio. Este foi meu maior erro, me desafiaram a
ir num sanatório abandonado no meio da floresta que nos rodeava. Lá tinha uma
criatura horrível, pelo menos é o que diziam os meus colegas. Estou nem ai para
o que diziam os idiotas, pois eu não acreditava nisso. Peguei minha lanterna e
fui embora, achei o tal lugar e... Pode crer, lá estava sentindo uma presença
sinistra, entrei lá e a minha lanterna era fonte de luz, fiquei observando o
lugar durante um tempo e repentinamente a lanterna desligou, tinha acabado a
bateria de má qualidade que ela tinha. Estava enrascado, pois a noite era de
lua nova e a escuridão era perceptível. Logo depois senti um frio, como se o
vento mais gelado do mundo me atravessasse, olhei para trás e lá estava, uma
coisa quase indescritível, um pano flutuante com seu rosto escondido na sombra,
pra falar a verdade, nem sabia se aquilo podia TER um rosto, sentia a presença
mais aterradora do mundo, imagine todos os seus piores pesadelos passando feito
vultos diante de você. Quando você esta com medo geralmente age de duas
maneiras, corre ou fica paralisado... É... Eu resolvi correr mesmo. Naquele
momento a adrenalina estava me corroendo, estava desde a planta dos pés até o
ponto final de minha cabeça. Saí da floresta mas uma onda de fobias de todos os
tipos corria como vento de neurônio para neurônio. Quando cheguei na cidade a
rua estava deserta e uma brisa suave levando folhas e jornais cintilava entre
as árvores, um silencio tão mortal que só se ouvia meus passos ecoando de uma
ponta a outra da rua. Não estava mas nem lembrando da festa do pijama a esta
altura.
Eu acho que os meus amigos já
devem acham que eu estou morto ou coisa parecida, mas não, era pior, preferia
morrer a conviver com aquilo para sempre.
Então quando estava chegando
perto de minha casa senti alguma coisa mexendo na minha camisa, mas acho que
foi só sensação mesmo.
Cheguei lá e todos estavam
dormindo, a casa estava silenciosa demais, a porta estava trancada e a chave
não estava escondida embaixo do anão de jardim como meus pais fazem quando
saem, então diante daquela situação de extrema emergência pulei numa trepadeira
e subi até meu quarto que ficava no segundo andar.
Fiquei escondido embaixo do
cobertor por um tempo e depois tirei a cabeça, mas só a cabeça mesmo, senti um
papel embaixo de mim e tirei de lá. O esquisito é que estava dentro da minha
camisa. Eu li e estava escrito o que provavelmente serão as evidências de meu
assassinato para a policia:
Um dia será o próximo, e quando
for não estará vivo para contar a história, não esqueça, sempre cumpro com
minhas promessas...
Sempre!
Vitor Sousa mesquita
03/11/2012
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