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16 de jun. de 2011

parecido mais não é!

Na ciência relativamente nova da busca por planetas, nenhuma descoberta é mais valorizada do que a descoberta de um planeta como o nosso, um que possa suportar a vida. Até o final de agosto de 2007, quase 250 exoplanetas - planetas que orbitam estrelas que não nosso Sol -, foram descobertos [fonte: BBC News (em inglês)]. O anúncio de novos planetas quase se tornou uma rotina e alguns nem mesmo aparecem nos noticiários. Periodicamente, porém, ouvimos sobre exoplanetas que parecem similares à Terra ou sobre os quais cientistas especulam que possam conter água líquida, um dos ingredientes-chave para a vida baseada em carbono. Quantos desses planetas parecidos com a Terra existem lá fora, e eles são realmente parecidos com a Terra ou apenas esperamos que eles sejam? Neste artigo, daremos uma olhada em algumas "Terras" potenciais e o que elas podem nos dizer sobre o futuro da caça planetária. 

Esse desenho mostra um possível planeta parecido com a Terra, com uma superfície rochosa, oceanos e atmosfera.




Em agosto de 2007, cientistas anunciaram a descoberta de uma estrela que pode ter tido um planeta parecido com a Terra orbitando-a. A estrela era uma anã branca chamada GD 362, e está a 150 anos-luz da Terra, ainda dentro de nossa galáxia. Nenhum planeta parecido com a Terra parece orbitar a estrela agora, mas a presença de resíduos de asteróide pode nos dizer alguma coisa sobre um planeta que provavelmente já orbitou a estrela um dia.
Os resíduos, que vieram de um asteróide que já teve 200 quilômetros de comprimento, mostraram pouco carbono e altos níveis de cálcio e ferro. Isso significa que o material rochoso é muito parecido com o da Lua e das rochas que compõem a Terra. A presença desse material similar, dizem os cientistas, significa que um planeta parecido com a Terra pode ter orbitado a estrela há milhões de anos, antes de ela se tornar uma anã branca. A estrela também tem anéis similares aos de Saturno, e parte do material do anel pode ser de planetas e outros objetos que foram desmanchados pela gravidade da anã branca.
O diâmetro da GD 362 é de cerca de metade do diâmetro da Terra, mas sua massa é a mesma do Sol, o que torna a GD 362 muito mais densa do que nosso planeta. A GD 362, porém, começou como uma estrela parecida com o Sol em nosso sistema solar. Quando a estrela esgotou seu combustível, porém, ela inchou, virou uma gigante vermelha e depois ejetou sua casca externa. O centro dessa estrela então se transformou em uma anã branca, que já foi muito quente (mais de 100.000 Kelvin) e muito pequena. Uma anã branca retém cerca de metade de sua massa, mas se torna inacreditavelmente densa em razão de seu pequeno tamanho. Nosso Sol deve se tornar uma anã branca em cerca de cinco bilhões de anos. O processo destruirá Mercúrio, Vênus e, possivelmente, a Terra.
Então, quantos outros planetas parecidos com a Terra existem ou existiram lá fora? Ninguém sabe, mas muitos cientistas acreditam que é inevitável que outras Terras sejam encontradas. Um cientista da Nasa disse à BBC News que alguns cientistas acreditam que quase todas as estrelas têm planetas como a Terra orbitando-as [fonte: BBC News (em inglês)]. É claro, o entusiasmo ao redor da descoberta dessas outras Terras é baseado na idéia de que muitas contêm vida alienígena ou mesmo que, daqui a séculos, permitirão colônias espaciais humanas distantes, antes que nossa estrela exploda e destrua a Terra.
Outras Terras possíveis
Um dos principais objetivos da caça aos planetas é encontrar exoplanetas que tenham as características da Terra e possam, conseqüentemente, conter vida. Uma das chaves para essa busca é a Zona Goldilocks ou Cachinhos Dourados, em homenagem ao conto de fadas. Também chamada de zona habitável ou zona da vida, a Zona Goldilocks é uma área no espaço na qual um planeta está exatamente na distância correta de sua estrela-natal de forma que sua superfície não seja nem tão quente nem tão fria. Isso significa que o planeta poderia conter água líquida.
Ao pesquisar potenciais candidatas a "novas Terras", os astrônomos procuram traços de atividade biológica, como a presença de oxigênio.

Poucos planetas foram descobertos na Zona Goldilocks, mas em abril de 2007 astrônomos europeus anunciaram a descoberta de um. Ele também foi, naquele ponto, o planeta mais parecido com a Terra já descoberto. O planeta, chamado Gliese 581c, tem 19.300 quilômetros de diâmetro, não muito maior que a Terra (12 mil quilômetros de diâmetro). Ele orbita uma estrela vermelha maciça chamada Gliese 581, localizada na constelação de Libra, a 20,5 anos-luz da Terra. Gliese 581c orbita sua estrela bem de perto, completando uma órbita em apenas 13 dias da Terra. Essa órbita curta tornaria o planeta muito quente para a vida, exceto pelo fato de que a temperatura da superfície de Gliese 581 é 1/50 daquela do nosso Sol.
Como está na Zona Goldilocks, a temperatura da superfície de Gilese 581c varia de estimados 32° Fahrenheit a 102° Fahrenheit (0º Celsius a 39º Celsius). A equipe de pesquisa que o descobriu acredita que ele tem uma atmosfera desenvolvida. O planeta pode não apenas conter água, mas ser inteiramente coberto por oceanos.
Gliese 581c tem algumas coisas que agem contra ele. Sua gravidade é cerca de duas vezes mais forte que a gravidade da Terra, e ele recebe doses significantes de radiação de sua estrela. Ambos os fatores poderiam inibir o desenvolvimento de vida. Mesmo assim, Gliese 581c é incrível não somente por suas condições parecidas com as da Terra, mas também por causa de sua relativa proximidade com a Terra e sua localização na evasiva Zona Goldilocks.
À medida que mais telescópios poderosos e precisos forem lançados no espaço, esforços futuros envolverão o exame das atmosferas dos exoplanetas em busca de oxigênio e metano e de planetas rochosos que se encontrem na Zona Goldilocks. Os cientistas também estão aumentando o uso de telescópios automáticos programados para procurar minúsculas variações no brilho de uma estrela causado por um planeta orbitante que passe em frente a ela. Com o ritmo cada vez mais rápido da descoberta de exoplanetas e um número praticamente infinito de estrelas no universo, muitas outras descobertas incríveis serão feitas.
A descoberta ideal seria um planeta similar em composição à Terra que se localizasse na Zona Goldilocks e orbitasse uma estrela estável. É importante lembrar, porém, que as descrições populares de vida extraterrestre provavelmente são erradas. Algumas formas de vida podem não ser mais avançadas que bactérias. Outras podem ser altamente desenvolvidas mas irreconhecíveis, um pensamento que fez alguns cientistas defenderem a busca pela chamada vida estranha.

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