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16 de jun. de 2011

Os dez melhores filmes!

APOCALIPSE NOW (1979) – Francis Ford Coppola
apocalipse now 2
Vietnã, soldados drogados, desnorteados, a hipnose de uma canção dos Doors. Coincidências com Oliver Stone terminam aqui, pois este Apocalipse leva os ianques para as trevas de Conrad, magneticamente atraídos por um Brando assustador, magnífico, um deus dos infernos. É um filme com a assinatura do realizador que Coppola já foi, e Stone nunca chegou perto de ser.
ASAS DO DESEJO (1987) – Wim Wenders
Pena que trabalhos menores tenham vindo depois, e que tanta gente só conheça a refilmagem, mais para Meg Ryan que para a língua dos serafins. De uma época em que Wenders era grande, a obra iniciou espectadores de domingo na cinefilia nos anos 80. Aqui, o diretor está à altura de sua pretensão, como se um anjo soprasse as cenas em seu ouvido.
CREPÚSCULO DOS DEUSES (1950) – Billy Wilder
Wilder nos deu cenas inesquecíveis, como a saia esvoaçante de Marilyn, ou Jack Lemmon vestido de mulher. Mas Gloria Swanson pedindo que a produção prepare sua entrada em cena é apenas um entre os momentos imortais deste retrato deliciosamente cruel de Hollywood.
FESTIM DIABÓLICO (1948) – Alfred Hitchcock
Hitchcock tem uns dez filmes que preencheriam uma seleção de dez melhores de sempre. Hoje, destaco este teatro filmado, das longas tomadas, quase sem cortes. O humor negro combina muito com Hitchcock: dois amigos matam um terceiro, escondem o corpo num baú e dão uma festa.
OS INCOMPREENDIDOS (1959) – François Truffaut
A infância do personagem Antoine Doinel fora a do próprio Truffaut, a de um desajustado ignorado pelos pais, solitário; “um autodidata que se odeia”, como ele se definiria. Este filme é de uma poesia amarga, de um lirismo que dói. “Com que direito me censuram?”, parece perguntar o menino, encarando a câmera.
A NOITE (1961) – Michelangelo Antonioni
a noite
Que o diretor foi um gênio do cinema que expressa sem dizer, do cinema de elipses, da trilogia da incomunicabilidade, e que influenciou artistas que vão de Lynch a Tsai Ming-Liang, é chover no molhado. Difícil é escolher um filme só para inserir numa lista de melhores. Deixo A Noite, a grande obra sobre a vida a dois, dois que se amam e se ignoram, e não se entendem; a falta de direções do existencialismo chegando ao casamento.
OITO E MEIO (1963) – Federico Fellini
Numa narrativa em que o tempo psicológico predomina, Mastroianni vive um diretor em bloqueio criativo, sonhando acordado. Ou será o próprio Fellini? Muitos livros usam a falta de inspiração como ponto de partida. No cinema, Oito e Meio foi o retrato mais inspirado dessa situação.
O PODEROSO CHEFÃO (1972) - Francis Ford Coppola
Diane Keaton prepara uma bebida para Al Pacino, aliviada por ouvi-lo mentir que não teria mandado matar o cunhado. Quando volta a olhá-lo, Michael Corleone já está rodeado de capangas que lhe beijam a mão, submissos. Nascia um novo padrinho.
TERRA EM TRANSE (1967) – Glauber Rocha
Este extenso poema apresenta um jornalista de esquerda, na época da ditadura, sofrendo os tormentos de um Hamlet: inseguro sobre passar da intelectualidade às armas, hesitante quanto à ação, cínico diante de um povo politicamente analfabeto. A obra-prima de um gênio.
A VIDA DE BRIAN (1979) – Monty Python
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Difícil escolher as seqüências mais engraçadas: Brian (contemporâneo de Jesus na história, com quem é confundido) cai no buraco em que um asceta faz voto de silêncio, bem no pé dele, e o crente grita e desanda a tagarelar; sua mãe, confundida com a Virgem pelos reis magos, recusa “a tal da mirra”. Para rever sempre e chorar de rir.

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